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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

LENDAS RIOPRETANAS: POTE DE OURO!

 

BLOG RIO PRETO NOUTROS TEMPOS – por Rodrigo Magalhães




Acentuado pela áurea mítica criada pelo rótulo que a decretara como ‘Arias Prohibidas’, em 1736, várias estórias regionais remontam a esse importante período e, até os dias atuais, alimentam o sonho de enriquecimento por meio do descobrimento de tesouros que possivelmente ainda estariam escondidos no outrora Sertão Proibido do Rio Preto.

Muita história sobre a chamada Fase do Ouro remete ao tesouro que foi perdido e enterrado em terras do município de Rio Preto, curiosidade esta, que mexe com a imaginação das pessoas que moram na região. Relatos que há mais de cem anos são passados de geração para geração, no sentido de que pessoas acharam o tesouro “guardado”, não faltam. Dentre outras, a tradição oral sustenta ao longo dos anos a existência de alguns potes de ouro enterrados na região de São Pedro do Taguá, na zona rural do município de Rio Preto, em Três Cruzes (hoje no município de Santa Bárbara do Monte Verde) e também em Amante Só e Itaboca (no atual município de Santa Rita de Jacutinga).

            Conta-se que, a fim de não perder o ouro extraído ilegalmente em área proibida ou para não pagar um quinto à Coroa (após a abertura desse sertão à mineração), muitos mineradores àquela época preferiam enterrar o tesouro. Fala-se, inclusive, que o dono da fortuna escolhia apenas um escravo de sua propriedade para executar o serviço, levava-o ao local escolhido (e escondido) e, quando o buraco já estava bastante profundo, enterrava-o junto com a fortuna para que o cativo jamais pudesse apontar para alguém o local onde se encontrava o tesouro escondido.

O misterioso afortunado de São Pedro do Taguá

Há um famoso caso de um “pote de ouro” que teria sido achado na atual estrada de chão batido que liga a cidade de Rio Preto ao povoado de São Pedro do Taguá, às margens do rio, quando do surgimento nesse território do primeiro veículo apropriado para proceder ao alargamento e melhoria dos antigos caminhos vicinais, veredas e trilhas sem calçamento das regiões rurais (até então de pouco trânsito de veículos e frequentemente usados por pessoas que viajavam a pé, em carroças ou montadas em animais).

Os antigos moradores locais contavam que, por volta de 1930, fora contratado para operar a motoniveladora, veículo mais conhecido como “patrol”, um senhor vindo do Sul de Minas. Face à ausência de mão de obra qualificada por aqui, esse senhor de meia-idade veio com a sua família e se estabeleceu nas proximidades do povoado de São Pedro do Taguá.

Reza a lenda que, em trecho situado logo depois da Fazenda Pouso Alegre, poucos quilômetros antes de se chegar a São Pedro, ao realizar a raspagem de um pequeno barranco localizado do lado de cima da estrada, a fim de retirar a terra das áreas adjacentes para alargar a referida estrada vicinal até então carroçável, a parte frontal de ferro do veículo toca em algo duro.

Vendo que não se tratava de pedra, esse senhor desceu para conferir o objeto, e eis que se depara com um barril de madeira e, ao conseguir abri-lo, deparou-se com grande quantidade de ouro em pó. Ato contínuo, dirigiu-se para São Pedro do Taguá, pegou a sua família, algumas peças de roupa e objetos de uso pessoal e tomaram rumo incerto e ignorado. Desde então, nunca mais ninguém teve notícias desse senhor (anônimo e afortunado) nessa região!

* Rodrigo Magalhães, pesquisador e historiador riopretano!

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