Rio Preto Noutros Tempos - por Rodrigo Magalhães*
Alípio de
Miranda Ribeiro nasceu em 21 de fevereiro de 1874 na cidade de Rio Preto/MG,
onde residiam os seus pais, Teotônio Victor Sayão de Miranda Ribeiro e
Josephina Mascarenhas de Miranda Ribeiro. Eles eram professores primários e
proprietários da escola que se chamava "COLLEGIO ATHENÊO MINEIRO"
que, em 1876, contava com 40 alunos e já funcionava também como "pensão
interna" para as filhas dos abastados fazendeiros do Vale do Rio Preto!
Eles foram os
responsáveis pela iniciação nas letras do filho Alípio que, já nessa época,
dava demonstrações de suas aptidões e inclinação à zoologia. Desde a mais tenra
infância em Rio Preto, Alípio colecionava nos arredores do colégio de seus pais
e mantinha nos porões e parque dessa casa um pequeno jardim zoológico. E o mais
impressionante: com idade de apenas 14 anos traduziu para o português (e,
havendo para tal fim estudado sem mestres o francês) a obra do naturalista,
matemático e escritor francês, conde de Buffon, existente na Biblioteca Pública
de Valença, copiando-lhes as estampas a aquarela.
Todo esse interesse
por História Natural despertado desde jovem na cidade de Rio Preto, fez com que
Alípio se mudasse logo a seguir para o Rio de Janeiro, então capital do Império
do Brasil, onde se matriculou na Faculdade de Medicina, não tendo chegado a
concluir o curso. Em 1894, com apenas 20 anos ingressou no Museu Nacional, com
a função de preparador interino da 1ª Secção. Em 1897 foi nomeado
naturalista-auxiliar, vindo a exercer os cargos de Secretário (1899), professor
e chefe da Divisão de Zoologia (1929).
Ao longo da carreira profissional, ele produziu mais de 150 obras sobre vertebrados e invertebrados da fauna brasileira. Participou da primeira expedição da Comissão Rondon (1908-1910) e foi o criador do primeiro serviço oceanográfico da América do Sul, a Inspetoria de Pesca, em 1911. Quando da famosa visita do físico Albert Einstein ao Brasil (07/05/1925), Alípio de Miranda Ribeiro fora o escolhido para se posicionar ao seu lado para o registro fotográfico oficial, na entrada principal do Museu Nacional, onde trabalhou por longos anos. Por esse motivo no acervo do Museu, na "Seção de Memória e Arquivo", que contava com variados fundos sobre expoentes da fundação das ciências no Brasil, um dos homenageados era justamente esse ilustre riopretano, que é considerado um dos mais importantes zoólogos do primeiro quartel do século passado.
Ele faleceu no Rio de Janeiro, em 8 de janeiro de 1839. Na cidade de Rio Preto, sua terra natal, um dos principais logradouros é denominado de Rua Alípio de Miranda Ribeiro.
* Rodrigo Magalhães, pesquisador e historiador riopretano!




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